Saúde e Bem-estar

‘Reconhecer os sinais de alerta é o primeiro passo’ diz psiquiatra

Segundo especialista, o principal medo das pessoas que necessitam de acompanhamento é ter seu caso associado a algum tipo de doença mental ou fraqueza

Muitos pacientes ainda têm preconceito e vergonha na hora de buscar o tratamento contra a depressão. Segundo  o psiquiatra Alberto Iglesias, quando as pessoas começam a sentir tristeza, melancolia, e desânimo, elas tendem a se isolar, a não querer mais contato social e acabam vivendo o sofrimento sem buscar por ajuda médica. Para o especialista, a vergonha é uma barreira para o paciente que não procura ajuda psiquiátrica.

“Ainda há uma pressão muito grande da sociedade para não ir ao psiquiatra, ou se fizer isto somente em último caso, o que não é indicado. Ainda nos primeiros sintomas da depressão, ansiedade ou qualquer transtorno psicológico é necessário buscar ajuda e não buscar outras possíveis “soluções” que podem atrasar o tratamento psiquiátrico e psicológico” recomenda.

A campanha Setembro Amarelo tem como objetivo a conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas. No Brasil, 32 pessoas se matam por dia. No mundo, há uma morte do tipo a cada 40 segundos. Por isso, o movimento é feito para mostrar que a prevenção é fundamental para reverter a situação.

“Na medida em que se passa a falar sobre o tema, essas pessoas começam a perceber que não são as únicas a experimentar essas sensações e que existe tratamento e muitas mortes podem ser evitadas” diz.

O médico ressalta que é recomendado procurar um psiquiatra quando forem identificadas alterações no comportamento que comprometam o indivíduo no trabalho, na convivência com as pessoas e na percepção da realidade, além de mudanças repentinas de sensação, percepção, humor e capacidade de entendimento.

Depressão

De acordo com a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), a depressão é um transtorno mental frequente. A doença acarreta à pessoa afetada um grande sofrimento e disfunção no trabalho, na escola ou no meio familiar. 

Para Iglesias, a medida em que a imprensa e a mídia em geral passaram a falar de depressão, pânico, fobia, ansiedade e outros sintomas, se reduz um pouco o estigma relacionado às doenças mentais e emocionais.

“ Cada vez que as pessoas começaram a conhecer melhor o tema, aumenta a possibilidade de reduzir o preconceito da doença para que a pessoa procure ajuda médica o mais rápido possível. Às vezes, o preconceito está dentro delas mesmas e não procuram o psiquiatra para tratar ou da família, que pode pensar que não é nada, que é frescura, que vai passar” reforça o médico.